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ESQUECER UM GRANDE AMOR, É POSSÍVEL?​

ESQUECER UM GRANDE AMOR, É POSSÍVEL?

Nessa postagem, falamos sobre:
1. Esquecer um grande amor, é possível?
2. Afinal, é impossível esquecer um grande amor?
3. Obstáculos para esquecer um grande amor
4. Idealizar relacionamentos.
5. Quando a memória resiste a deixar ir

Um dos temas que mais aparece na terapia é o desejo de “esquecer um grande amor”. Quando as histórias de amor não vão bem, em linguagem coloquial falamos em “esquecer” esses tipos de experiências de vida para descrever a necessidade de se livrar delas. Além disso, pretendemos que isso aconteça sempre o quanto antes, como logo após seu término: temos pressa em “esquecer”, ou seja, eliminar o efeito negativo e sofrimento que essas relações e seu fim podem estar tendo em nossas vidas neste momento. Queremos virar a página para que esse sofrimento não nos afete mais.
Obviamente, ninguém gosta de sofrer constantemente por uma relação que já faz parte do passado e, infelizmente, mesmo depois do término ocupa todo o seu espaço de vida, que não permite se concentrar ou faz você sentir-se muito mal. Às vezes é porque a pessoa sofreu muito e não quer continuar sofrendo. Outras é porque aquele relacionamento era uma coisa muito boa que já acabou e a melancolia vence.

AFINAL, É IMPOSSÍVEL ESQUECER UM GRANDE AMOR?

Vamos olhar para o que é importante, a primeira coisa é pousar na realidade. E a realidade nos diz que o esquecimento, as experiências importantes de nossa biografia não são esquecidas. Ou seja, elass não são apagadas. Mesmo que desapareçam do primeiro plano da consciência, permanecem conosco e influenciam nosso mundo psíquico, nossa forma de ser como pessoa no aqui e agora. É verdade que seu efeito pode amenizar com o tempo, mas não desaparece cem por cento: se os esquecêssemos, ficaríamos sem biografia.
O que temos que fazer – e o que, de fato, fazemos – é continuar a nossa vida da melhor maneira que sabemos, enquanto, mais ou menos espontaneamente, vamos integrando a nova realidade no nosso dia a dia e vivendo as experiências do hoje.
Dizemos espontaneamente porque, dependendo das nossas condições de enfrentamento, podemos avançar ainda mais na direção de permanecer em contato com aquela história de amor do passado (lembrar, lembrar, conectar com memórias, falar sobre isso, tentar reviver essa história) ou podemos, quem sabe, o contrário: fazer desaparecer os objetos, não estimular as memórias, evitar o assunto, distrair-nos o máximo possível, tirar completamente essa matéria da nossa atenção.
Por suposto, as condições de enfrentamento que cada um de nós dipõe são bastante subjetivas. Não existe um “jeito certo” ou “errado”, existe a melhor forma para você (de acordo com o que você consegue ou pode conseguir) e muitas vezes pulamos de um para o outro, dependendo do momento. Porém, o que fica claro é que o que é realmente importante não é esquecido, mas se integra à nossa “biblioteca de experiências”, sem desaparecer. E enquanto isso, continuamos com nossas vidas com outras experiências que também compõem nossa biografia.

OBSTÁCULOS PARA ESQUECER UM GRANDE AMOR

Existem histórias que nos marcam muito. Por alguma razão, elas têm um grande impacto sobre nós e não é fácil “nos livrarmos” das lembranças depois de terminados. Pelo contrário, a memória, consequências ou chicotadas acompanham-nos com muito mais presença do que as de outras relações em que o envolvimento emocional é menor.
Essa hiperpresença da relação passada no aqui e agora, que a pessoa vivencia como dificuldade de esquecer um grande amor, pode estar associada a intenso sofrimento psíquico. Se persistir ou durar bastante tempo, pode atravessar a vida cotidiana da pessoa, influenciando em como ela vive e como se relaciona com as pessoas no geral e até amorosamente (quando consegue). Com sofrimento emocional prevalente, parece que tudo é mais difícil para conseguir se ajustar ao mundo no qual aquele relacionamento de amor do passado não existe mais.
A certa altura, o mais interessante é poder fazer junto com um psicólogo que acompanha a pessoa no processo de tomada de consciência das diferentes nuances da situação.

Idealizar relacionamentos

Muitos são os fatores que nos levam a idealizar ou mitificar os relacionamentos românticos que vivemos. Nossa educação, nosso estilo de apego, nosso projeto pessoal de como devem ser nossas relações, nossas experiências, que servem como referências para comparar. Tudo isso contribui para uma certa interpretação do “grande amor” que temos vivido.
As pessoas mais “idealistas”, ou seja, aquelas que têm uma visão de mundo mais romântica, aventureira, aberta à experiência, ao romantismo … tenderão a idealizar mais certas histórias. Ou seja, eles tenderão a interpretá-los superdimensionando a parte boa e minimizando as imperfeições. Ao contrário, outras pessoas são mais “positivistas”, ou seja, têm mais os pés no chão, se apegam ao objetivo, são menos sonhadoras e mais rígidas na intensidade com que interpretam o que lhes acontece.
Damos sentido às coisas pelo que são individualmente, mas também comparando-as entre si. Por isso, quando tudo dá errado para nós ou estamos vitalmente sombrios, por exemplo no meio de um namoro, buscamos significados para o que vivemos. Se vemos um raio de luz, ou nos lembramos que o vimos, tendemos a dar uma importância a esse raio que talvez não o daríamos se estivéssemos em um momento de maior clareza.
Ter uma ótima impressão de relacionamentos que terminaram não é necessariamente uma coisa ruim: é ótimo ter memórias maravilhosas para se deliciar com o passar do tempo, mesmo que elas estejam um pouco “inchadas” ou adoçadas. Outra coisa é que este nível de maravilhamento não causa sofrimento ao término do relacionamento, ele nos adiciona a um estado melancólico que é muito duradouro ou nos impede de nos abrirmos a novas experiências porque consideramos que nenhuma experiência vai ser tão boa quanto a que tivemos e nos faz, no hoje, sofrer.

QUANDO A MEMÓRIA RESISTE A DEIXAR IR

1. Não finja esquecer porque, no máximo, só podemos nos distrair . Perceba que uma parte de você precisa esquecer e outra parte precisa continuar se lembrando.
2. Dê a si mesmo tempo: a maioria das experiências tende a desaparecer com o tempo e acaba encontrando seu verdadeiro lugar em nossas memórias.
3. Permita-se fazer o que for preciso neste momento: às vezes está se remexendo na memória, outras vezes está te distraindo, outras vezes está falando sobre isso, outras vezes está mudando de assunto. Faz parte, todos esses momentos são naturais.
4. Procure se lembrar da história e da pessoa de forma justa, sem idealizar. Ninguém é perfeito e nenhuma história é perfeita, mesmo que pareça. Isso fará com que você sofra menos agora que tem que continuar sua caminhada sem a parceria desse alguém que foi especial demais.
5. Não pense que só existe um grande amor na vida. Não existem laranjas que sirvam para todos, e os trens não passam pelas estações apenas uma vez, ou algo parecido. A vida é longa, há muitos peixes no mar. Quando estiver pronto, abra-se e continue vivendo sua vida, curtindo suas memórias.
E lembre-se: se a incapacidade de “esquecer um grande amor” começar a revelar outras questões na sua história de vida que precisam ser resolvidas, ou você sentir que o rompimento está gerando um nível de desconforto difícil de sustentar, peça ajuda especializada. Os psicólogos são quem trabalham com essas questões todos os dias e podem ajudar você a colocar alguma ordem nessa situação. Conecte-se comigo pelo WhatsApp ou redes sociais para saber mais sobre como funciona e como iniciar sua terapia.

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